sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Assim como Eva

Logo nos primeiros capítulos da Palavra de Deus encontramos a história da tentação e queda de nossos primeiros pais – Adão e Eva. A narrativa é tão conhecida que muitas vezes nem mais acreditamos que seja possível extrair alguma informação nova do relato bíblico. A história obedece à seguinte seqüência:
- há uma árvore do conhecimento do bem e do mal no meio do Jardim do Éden;
- Satanás incorpora uma serpente;
- Eva afasta-se de Adão;
- Eva conversa com a serpente;
- a serpente a persuade a comer do fruto proibido;
- Eva come o fruto proibido e o oferece a Adão;
- Adão come do fruto proibido;
- os dois são expulsos do paraíso.
Simples, não é? Mas o que me chamou a atenção foi o seguinte verso: “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis” (Gênesis 3:4). Este é um dos textos base para se iniciar uma longa discussão teológico-doutrinária sobre a imortalidade da alma. Eu gostaria que nós nos detivessemos naquilo que não é falado através dessa frase, ou seja, aquilo que é negado, embora seja óbvio: o homem morreria caso pecasse. Esse mesmo conceito foi reafirmado pelo apóstolo Paulo milênios mais tarde através da conhecida expressão “o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). Mas se toda essa relação entre o pecado e a morte era tão transparente e plenamente compreendida, porque Eva não percebeu o perigo? Notem que o primeiro erro de Eva foi separar-se de Adão. Ao tomar essa decisão, ela colocou-se em risco e passou a administrar o espaço entre o raio de ação do inimigo e a sua força de vontade para vencer o pecado. A partir desse momento, tudo se tornou mais fácil para Satanás, pois ela não mais dependia dAquele que “livra da tentação os piedosos” (2 Pedro 2:9). Será que não é o mesmo que acontece conosco quando pecamos? Às vezes eu percebo em minha vida que, em função de minha “carreira cristã”, meu “currículo” como servo de Deus, eu tenho errado exatamente por tentar adivinhar até onde eu posso ir sem depender de Deus. O passo seguinte a esse tipo de pensamento é tentar classificar aquilo que eu considero pecado e aquilo que, embora ainda seja pecado, eu já classifiquei como não sendo exatamente pecado e, até mesmo seja algo justificável em meu comportamento. É como um casal de namorados cristãos que tem relação sexual antes do casamento e justificam para si mesmo os seus atos com o pensamento de que “afinal eles se amam muito e em breve irão se casar”. Ou o caso do empresário cristão que na hora de declarar o imposto de renda inventa um monte de despesas que nunca existiram ou altera o valor declarado para pagar menos impostos, mas abranda sua consciência com a ideia de que este tipo de erro não é considerado por Deus como algo grave e preocupante. A máxima Paulina ainda persiste: “o salário do pecado é a morte”. Cada vez que pecamos, alguma coisa em nosso ser morre. Morrem nossos valores morais, morre nosso caráter, morre nossa reputação, morre nossa esperança na volta de Jesus, morre nosso domínio próprio que deve ceder lugar à vontade de Deus, e assim por diante. Se você tem vivido em pecado, se seus pés têm vacilado entre a vontade de Deus e sua justificativa própria para explicar seus erros medite no conselho bíblico: “Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). Um dia nós estaremos na presença de Deus sem disfarces, sem desculpas e sem justificativas. E enquanto este dia não chegar que nós possamos dizer como o apóstolo Paulo: “Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:20).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pessoas, sintam-se à vontade pra comentar. Podem dizer o que quiserem. Só tem uma regra: não baixar o nível. Pra você que insistir, temos uma pastinha muito especial pro seu comentário: lixeira. E por favor, nao façam comentários anônimos, se identifiquem!

POSTEM COMENTÁRIOS RELACIONADOS AOS TÓPICOS. SE TIVEREM ALGUMA DÚVIDA RELACIONADA A OUTRO ASSUNTO, OU MESMO EM RELAÇÃO AO POST ENTREM EM CONTATO PELO EMAIL ja.iasdscs@gmail.com
Agora, comentem!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Top Five